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25 abril, 2011

SÃO LUÍS: HOMEM MORRE AFOGADO E FAMILIARES SE REVOLTAM COM BUROCRACIA

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No final da tarde de sexta-feira, 22, quando curtiam o feriado prolongado em uma propriedade às margens do Rio Pilões, o empresário Amado Alves e sua família entraram em desespero quando Rubens Alex Pessoa, de 30 anos (foto detalhe), genro do empresário, entrou na água e não voltou mais. Depois de ter sido levado de canoa para o outro lado rio, Alex e um primo resolveram voltar nadando. Alex usava uma calça, tipo exército, e botas Sete Léguas. Precavido, o primo vestiu um colete salva-vidas.





O primo conta que chegou até uma pedra e subiu nela, enquanto Alex estava no meio do rio nadando contra uma forte correnteza. O primo relata que de repente percebeu que Alex estava se afogando, foi quando gritou por socorro e tentou resgatá-lo com um pedaço de pau. Segundo ele, Alex não conseguiu segurar, que rapidamente jogou o colete e que ele também não conseguiu pegar. Em seguida ele desapareceu na água.



Uma cena emocionante e triste: o primo lembra que a esposa de Alex chegou ao local e viu apenas o seu rosto antes afundar por completo. Depois que a vítima desapareceu, o pânico tomou conta da família e começava ali uma série de problemas para agravar ainda mais o sofrimento de todos, como se fosse um pesadelo.



Ainda no mesmo dia, o policial militar, Cabo Mendes, e o vereador Antonio Paulo, experientes na atividade de mergulhar, foram ao local com a missão de ajudarem a localizar o corpo de Rubens Alex, mas não tiveram sucesso naquele dia. Uma equipe do Corpo de Bombeiros saiu de São Luís no início da manhã de sábado, 23, para efetuar as buscas. Também não logram êxito.



Somente na manhã de domingo, dois dias depois, o corpo da vítima foi encontrado por Antonio Paulo e o colega, a uma distância de 100 metros do local onde ela havia desaparecido. Após resgatar o corpo, que estava boiando, e trazê-lo para a margem da propriedade, eles mal sabiam que ali estava começando mais um tormento.



A equipe do IML de Iporá chegou ao local e se recusou a levar o corpo para aquela unidade argumentando que o corpo não podia ter sido levado para o referido local, que segundo o perito, pertence ao município de Córrego do Ouro, que integra a região do IML da Cidade de Goiás. Se o corpo tivesse ficado onde foi encontrado, na área pertence ao município de Moiporá, o caso seria atendido pelo órgão de Iporá.



O fato gerou uma enorme revolta aos familiares. “Por causa de uma mera burocracia não vamos poder nem velar o corpo do nosso parente. Isso é uma falta de respeito com a família e com o cidadão contribuinte. Só porque o corpo foi levado a alguns metros isso aconteceu. Além do desinteresse, isso é um desrespeito desse pessoal com o morto e sua família”, desabafou um dos familiares.



Além não fornecer o veículo (Rabecão) próprio para este tipo de serviço, pelo fato de estar quebrado, foi preciso muita insistência dos familiares de Alex, para levar a equipe do IML de Iporá até a delegacia de polícia de São Luís para esclarecer de quem seria a competência no caso, Iporá ou a Cidade de Goiás. Enquanto a discussão acontecia, o corpo da vítima estava na porta da delegacia, no interior de um carro funerário, sob um sol escaldante.



Após decidirem que o IML da Cidade de Goiás teria a incumbência de receber o corpo, ele foi encaminhado para o órgão. Depois de dois dias desaparecido e 14 horas depois de ser encontrado, o corpo de Alex chegou a São Luís. A família não pôde velar o ente querido nem por um minuto devido ao avançado estado de decomposição. Para agravar ainda mais a situação, os familiares e amigos de Alex tiveram que passar por um constrangimento. Desta vez no interior do Cemitério Novo.



O fato de familiares terem procurado o pessoal da prefeitura ainda na parte da manhã para comunicar o sepultamento a dotar as providências necessárias, não foi o bastante para que as despedidas de Alex pudessem acontecer do jeito que todos esperavam. A família classificou de pouco caso e falta de respeito o tratamento dispensado por um funcionário do cemitério, que se recusou a entrar com o caixão na sepultura alegando que não podia enfrentar o mau cheiro porque tinha o estômago fraco. Foi preciso acionar um outro servidor para ajudar no serviço.



Dentro do cemitério esse não foi o único problema que revoltou a família e aos mais de cem amigos que foram até ao local se despedirem de Alex. O corpo da vítima foi colocado no túmulo sob luzes de lanterna. Não fossem duas ou três pessoas terem levado estas lanternas, o sepultamento teria acontecido no escuro. A prefeitura não oferece nenhuma estrutura no local para que sepultamentos possam acontecer no período noturno.



“Eu não estou acreditando no que estou vendo. Se alguém me contasse eu não acreditaria. É muita falta de respeito com a pessoa, com a família. Agora eu vejo que a nossa cidade realmente está sem comando. O que aconteceu aqui é uma afronta à dignidade do ser humano”, criticou a dona de casa, Eliane. “Se fosse a minha família a prefeitura seria acionada na justiça pelo dano moral que causou”, disse o comerciante Júlio Gomes.



Apesar de novo, o Cemitério Novo de São Luís revela, em algumas áreas, aspectos de abandono. Mato, lixo, sujeira, iluminação precária, túmulos vulneráveis a inundarem com qualquer chuva, entre outros problemas. No caso de ontem, por exemplo, a água para fazer a massa para assentar os tijolos na sepultura, foi buscada em um córrego do outro lado da rodovia. No Cemitério não havia água.



A falta, na prática, do IML em São Luís foi outro ingrediente a dar mais corpo à revolta das pessoas. O órgão chegou a ser inaugurado na cidade, pelo prefeito Sandoval da Matta, no ano de 2010. No entanto, até hoje ele não atendeu a nenhum caso semelhante ao de Alex ou de outro com morte de natureza violenta, que necessite de laudos emitidos por profissionais legistas e peritos. A justificativa é que o órgão não conta com esse tipo de profissionais. O corpo de Alex, que deixa mulher e um casal de filhos, chegou ao Cemitério por volta das 20 horas e foi sepultado a cerca de meia hora depois.


25/4/2011
Edivaldo Oliveira


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